terça-feira, 23 de novembro de 2010

Resenhas - A Língua de Eulália, Uma Novela Sociolingüística

CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA, DO IPA
CURSO DE PEDAGOGIA

Disciplina de Fund. da Alfabetização e Letramento
Profª. Nara Raquel Nehme Borges
Aluna: Eliane Maricato
BAGNO, Marcos. A Língua de Eulália, Uma Novela Sociolingüística. São Paulo: Contexto, 2005.
Marcos Bagno é professor e um famoso autor de mais de trinta livros. Luta pela não discriminação das formas de linguagens e discriminação dos cidadãos na sociedade. O autor acredita que o preconceito às diversas formas de falar é um dos grandes motivos de exclusão social em nosso país. Marcos Bagno acredita que o modo de falar de cada pessoa não pode ser motivo de preconceito lingüístico, já que em nossa sociedade há inúmeras culturas diferentes umas das outras e elas influenciam no modo de falar de cada pessoa se expressar como acha correto.
O livro narra uma história na qual três jovens vão passar uma temporada de férias na casa da tia de uma das jovens chamada Irene. Nesta história há a uma mulher chamada Eulália que é empregada doméstica da tia Irene, que fala muito diferente das jovens meninas, pois a Eulália não é estudante acadêmica como as jovens. Então, as estudantes universitárias começam a achar engraçado e errado o jeito de Eulália falar. Então Irene que é professora de Português tenta esclarecer para as jovens que o jeito de Eulália falar não é errado e sim um português diferenciado do que elas conhecem devido o meio e a cultura na qual Eulália aprendeu a falar.
Acredito que muitas pessoas são discriminadas e sofrem preconceitos pelo seu jeito de falar. Infelizmente as pessoas da sociedade não valorizam o conhecimento da formação lingüística de cada um, e dessa forma acabam por discriminar e excluir as pessoas que consideram falar de forma errada. É correto afirmar que não há jeito certo ou errado de se expressar, cada pessoa aprende a se comunicar em seu meio social juntamente com sua cultura, e por isso a variação lingüística ocorre. Para muitos, a forma correta de falar é padrão, ou seja, a linguagem usada pelas pessoas que possuem um grau de instrução mais elevada ao da maioria das pessoas. Porém a verdade é que não significa que só pelo motivo de uma pessoa falar de forma diferenciada do português considerado o correto, ela está incorreta. As pessoas devem aprender a valorizar suas próprias culturas e a valorizar as dos outros, pois nosso país é um misto e diversificado local onde se encontram pessoas de níveis sociais e culturais distintas umas das outras. Todas as formas de falar devem ser respeitadas, para que assim o preconceito e a exclusão social que visa apenas o português padrão correto de falar, seja instinto.

Disciplina de Fund. da Alfabetização e Letramento
Profª. Nara Raquel Nehme Borges
Aluna: Marina Maricato

A língua de Eulália, a novela sociolingüística,
Marcos Bagno, editora contexto, 1997

O livro é muito interessante, divertido e fácil de entender por que sua leitura é feita de forma muito dinâmica. No livro o autor procura mostrar que o uso de uma linguagem diferente não quer dizer que seja errado por que a língua portuguesa sofre várias influencias de palavras que pertencem até mesmo a outras línguas de imigrantes que chegam de outros países, e também do meio social e cultural.
O livro conta a história de três estudantes universitárias dos cursos de letras, pedagogia e psicologia que vão visitar a tia de uma delas em uma chácara em Atibaia-SP. Essa tia chama-se Irene e com ela mora Eulália que trabalha na casa.
Eulália tem um jeito de falar diferente e as moças estudantes acham engraçado por considerarem que Eulália fala de modo errado.
Irene não gosta muito que as moças tomem essa posição discriminatória, pois Eulália é sua amiga de muitos anos. Dessa forma Irene explica para as meninas que existem muitos jeitos de falar o português e que o jeito de Eulália não esta errado.
Então Irene começa a dar aulas para elas explicando a origem das palavras, de seus vários modos de pronúncia, pois raramente falamos como escrevemos e que existem muitas variações do português que é falado com sotaques e características próprias. Porém o português padrão (PP) é pra ser seguido conforme a academia brasileira de letras em todo país como o português oficial. Existem a diferenças entre o português padrão (PP) e o português não padrão (PNP). Depois Irene explica as estudantes que o português é uma língua formada por muitos outros idiomas e dialetos, totalmente mutáveis e variáveis.
Irene explica para as alunas que quem não fala o PP sofre preconceitos e gozações, quem fala o PP, ganha prestígio social. Pode-se ver daí que o PNP é considerado de forma errada, a língua dos excluídos. No entanto podem-se observar mais semelhanças que desigualdades entre o PP e o PNP.
O PNP é aprendido pelas pessoas que o falam dentro do contexto social em que elas vivem e também é passado de geração para geração, enquanto o PP que também é chamado de norma culta é aprendido na escola.
O português não padrão (PNP) é uma linguagem inovadora onde as regras são aprendidas naturalmente e por imitação. O português padrão (PP)se mantém inalterado por muito tempo e não aceita qualquer tipo de novidade e necessita de muitas regras para dar conta de um único fenômeno.
Assim, depois de várias aulas as alunas de Irene aprendem de forma muito significativa que o PNP e o PP têm suas diferenças em muitos aspectos, mas que os dois são valorizados e nenhum pode ser considerado errado. Depois de muita aprendizagem chega à hora de irem embora e concluem que as aulas foram muito bem aproveitadas e que não existe o falar “errado”, mas sim o falar “diferente”, e que as pessoas que falam de maneira “diferente” tem que serem respeitadas e não podem ser excluídas da sociedade por preconceitos.
Lendo esse livro, eu consegui entender muita coisa que para mim foi mesmo uma surpresa. Quase todo mundo discrimina e tenta corrigir a pessoa que fala “errado” e não se dá conta que o falar “errado” é bem mais complexo que se imagina e que não é errado, mas sim uma linguagem que sobre várias influencias e que deve ser respeitada.
Refleti através do livro que a língua portuguesa (PP) é um conjunto de variedades e diferenças, e que o português não padrão (PNP) é uma dessas variedades. Assim, passei a refletir melhor no meu posicionamento sobre o PNP e passarei a olhar “com outros olhos” os falantes da língua que antes considerava errada.
Aprendi muito coisa com esse livro, mas também sei que na realidade do dia a dia as coisas se complicam um pouco mais. O preconceito existe e é muito forte para quem fala “errado”, essas pessoas são pouco aceitas na sociedade dita falante do português “correto”. Acredito que esse preconceito vai durar muito e que livros como esse deveriam ser bem mais divulgados para que essas informações chegassem até as pessoas de um modo geral e não só no mundo acadêmico, só assim estariam contribuindo de forma mais efetiva para uma mudança de posicionamento e valorização do PNP que incluíssem e não excluísse as pessoas de todo o contexto da sociedade.



 

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