segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O PERFIL DO EDUCADOR (A) DA EJA

A EJA foi construída um pouco as margens da educação regular. As políticas públicas oficiais da educação de jovens e adultos, que incluem também a formação de educadores, são contemplados raramente com programas de formação a estes profissionais.
Conforme Parâmetros legais , a RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 1, DE 5 DE JULHO DE 2000, cita no Art. 1º: “ Esta Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio dos cursos que se desenvolvem, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias e integrantes da organização da educação nacional nos diversos sistemas de ensino, à luz do caráter próprio desta modalidade de educação.”
Há debates, reuniões de professores, seminários, fóruns e encontros onde se discute direitos de jovens e adultos a um ensino significativo, assim como a formação continuada de professores da EJA. Mas na realidade muito pouco é feito para realmente atender a necessidade dessa modalidade de ensino que é representada no cenário educacional como inferior e direcionada as classes populares dilaceradas pelas desigualdades sociais e pela negação de direitos essenciais. Esses educadores tem se colocado como questão central nos debates sobre o tema de formação profissional .
Em maio de 2006 houve o Seminário Nacional Sobre a Formação de Educadores da EJA onde houve discussões e pesquisas que apontam para uma realidade que indica que são muitos raros os cursos de Pedagogia que oferecem Habilitação para a EJA. Porém, na região sul do Brasil houve um crescimento de oferta e habilitação desses profissionais.
O educador da EJA precisa de uma formação que lhe possibilite a compreensão dos sujeitos como autores de sua práxis. Isto possibilitará a ruptura de processos enraizados que suprimem a subjetividade dos educadores, ignorando suas histórias de vida. Isto não quer dizer que os professores tenham que socializar experiências vividas e que os conhecimentos adquiridos já são suficientes para um bom ensino/aprendizagem.
TARDIF (2002) considera que:
“o saber dos professores é o saber deles e está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de vida e com a sua história profissional, com as suas relações com os alunos em sala de aula e com os outros atores na escola, etc. Por isso, é necessário estudá-lo relacionando-o comesses elementos constitutivos do trabalho docente” (pág. 11).

O professor da EJA tem que estar preparado e capacitado por uma pedagogia própria para esse segmento da educação, para que assim possam trabalhar em sala de aula com um conhecimento mais claro, com questionamentos, interação, amorosidade e sem formulas prontas de tarefas a serem executadas e de conteúdos  serem aprendidos ou repassados.
A metodologia da “escuta” aos sujeitos proporciona uma compreensão de trajetória de formação do educador da EJA e de uma relação entre formação e atuação ou seja a formação continuada
No Brasil, há cerca de 190 mil professores da EJA. Aproximadamente 40 por cento desses professores não possuem formação superior e outros tantos são voluntários engajados em projetos de alfabetização no meio popular. Esses professores nos dois casos tentam suprir suas deficiências educativas com cursos de formação continuada. Mas nos vários cursos oferecidos no Brasil, uma porcentagem muito pequena oferece habilitação para o trabalho com a EJA.
“A formação do professor é um procedimento complexo de construção de um saber e uma preparação para sua adequada transmissão aos estudantes”. (Pinto, 1990).
O perfil do educador da EJA deve ser do educador com uma metodologia direcionada aos próprios interesses educacionais do aluno, que se diferencia de outros alunos de modalidades como ensino fundamental e de ensino médio. O professor da EJA trabalhando em sala de aula tem que ensinar seu aluno a fazer uma leitura de mundo de acordo com sua própria realidade e compreensão e contemplá-lo com uma educação crítica e com conhecimentos sociais e científicos que lhes possibilitarão maior compreensão e conhecimento para inserir-se no mundo da globalização, onde valores relacionados com o trabalho, o social e educacional são fatores determinantes ao alcanço do sucesso de cada individuo como ser participando e ativo na sociedade.
O professor da EJA precisa principalmente de compromisso com a educação e com o social, mas também precisa do apoio do sistema educacional e de políticas públicas que lhe permitam o aperfeiçoamento profissional para ter uma visão da educação como forma de mudar o mundo.





Referências:

BEDOYA, Maria; TEIXEIRA, Ricardo. O perfil dos Professores da Educação de Jovens e Adultos.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9394/96. Brasilia, 20 dez. 1996.
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/2124657 acesso em 26.09.2010

domingo, 26 de setembro de 2010

O Perfil dos Educadores da Educação de Jovens e Adultos - aluna Eliane Maricato

CENTRO UNIVERSITARIO METODISTA DO IPA.

CURSO DE PEDAGOGIA.



Aluna: Eliane da Silva Maricato

A Educação de Jovens e Adultos (EJA), é considerada de grande importância e essencial para formação de alunos jovens, adultos e idosos que por diversos motivos e adversidades não tiveram oportunidade de estudar em idade escolar.
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394/96 a LDBEN no que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos, nos artigos 37 e 38 está explícito: “oportunidades educacionais apropriadas”, segundo as características do alunado; mero estímulo genérico, pelo Poder Público, a ações que mantenham o trabalhador na escola; exames (supletivos e de aferição de conhecimentos e habilidades informais).
O ensino nos cursos de EJA traz benefícios, auto-estima, conhecimentos e ampliação de visão de mundo para os educandos, no entanto, para um ensino de qualidade é preciso que o professor tenha conhecimentos aprofundados sobre esta área complexa de ensino.
Na maioria das vezes, os professores da EJA são redirecionados e recolocados no turno inverso de suas aulas dos níveis de ensino fundamental e médio para lecionarem com alunos da EJA. A princípio isto parece suprir as necessidades básicas da educação para os jovens e adultos, mas se analisarmos a real necessidade de uma educação de qualidade para os alunos que estão buscando aperfeiçoamento educacional, mais tarde do que o convencional, veremos que as metodologias aplicadas pelo professor que atua com crianças e adolescentes,muitas vezes não são adequadas às aulas da EJA. É preciso que haja um entendimento por parte dos professores, que os jovens e adultos da EJA não podem ser comparados com os alunos do ensino fundamental e médio. Cada cidadão traz consigo suas experiências de vida e seus conhecimentos prévios, e estes devem ser valorizados e levados em consideração.
Os professores deveriam ter um conhecimento prévio sobre a realidade dos seus alunos, para assim poderem planejar de forma adequada metodologicamente. Os docentes  da EJA devem, além de ter este conhecimento, levar em consideração as vivências e experiências de vida dos sujeitos que vem à sala de aula buscando recuperar o tempo que não puderam estudar.
É muito comum os professores da EJA não se apropriarem dos conhecimentos dos alunos. Geralmente trazem para a sala de aula materiais prontos, ultrapassados e monótonos e acabam por não aproveitar o potencial e as experiências dos alunos.
Faze-se necessário cada vez mais, que os profissionais da educação tenham uma especialização nas áreas  em  que atuam. A formação do educador da EJA passa , necessariamente , pela qualificação didático – pedagógica da sua função.
Os professores devem estar preparados para atuarem na educação de jovens e adultos, já que estes precisam de atividades e metodologias que lhes dêem motivação para continuarem no curso e construírem novos conhecimentos e visões de mundo. Um dos grandes problemas da EJA atualmente, é a falta de preparação e formação continuada dos professores.

Referências:
BEDOYA, Maria; TEIXEIRA, Ricardo. O perfil dos Professores da Educação de Jovens e Adultos.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9394/96. Brasilia, 20 dez. 1996.



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Algumas fotos do nosso estágio no Hospital da Criança Sto. Antônio

SÍNTESE DO FILME: ESCRITORES DA LIBERDADE-PROFª. GILDA GLAUCE M. ALVES

CENTRO UNIVERSITARIO METODISTA DO IPA.

CURSO DE PEDAGOGIA.

A história desse filme é muito linda e comovente, até mesmo por  ser uma historia real. O filme retrata a historia de  diferentes gangues que  brigam em defesa de seus ideais. Uns por acharem – se discriminados, outros por sofrerem preconceitos. A cidade onde  passa-se o filme é um verdadeiro campo de guerra, onde as pessoas não se respeitam e querem o mal umas das outras.
Neste contexto, uma professora iniciante e cheia de idéias chega em uma escola que segundo a coordenadora,  há tempos ,  era considerada modelo, porém após a inclusão de alunos com alto risco social perdeu qualidade.
A professora então, inicia uma luta contra as injustiças e preconceitos que envolvem e marcam  seus alunos, desrespeitados e desvalorizados por todos dentro da escola.
Esta docente valoriza os alunos, e consegue resgatar o que eles tem de melhor dentro de si. Ela acredita que se eles estão nessa situação de marginalização social, é porque tiveram uma história de vida infeliz e trágica, e que foram incentivados pela família e meio em que estavam inseridos para que dessem continuidade as gangues e a todo o tipo de violência. A professora acredita que os seus alunos são apenas jovens perdidos nas suas próprias crenças, e que possuem inteligência para aprender, só necessitam de atenção e dedicação de alguém que acredite nele.
Pelo que pudemos perceber, a escola não tinha um Projeto Político Pedagógico que visasse atender as diferentes classes sociais inseridas dentro da instituição escolar. Os professores eram acomodados e não tinham intenção de melhorar. A professora que queria ajudar sua turma teve que enfrentar tudo sozinha, não pode contar com seus colegas e nem com a gestão escolar.
No decorrer do filme a professora consegue por seus próprios meios e com a ajuda de poucos, comprar livros, fazer passeios, enfim, ela consegue que a relação dos alunos dentro da sala de aula mude.
Antes da professora lecionar nessa turma de excluídos, os alunos eram agressivos entre eles mesmo, e tudo era motivo para preconceitos e brigas violentas, já que a mistura de raças e etnias dentro da sala de aula era muito grande.
Com muito esforço, dedicação e amor, a professora conseguiu descobrir o perfil de seus alunos e a partir dali conseguiu mudar a concepção de vida destes jovens perdidos. Os alunos se tornaram amigos, unidos e conseguiram respeitar uns aos outros.
Acredito que a luta da professora foi nobre. Lutar com garra pela educação e pelos nossos alunos deve ser uma batalha que todos os professores e profissionais da educação deveriam fazer.
Infelizmente o sistema não permite que as mudanças sejam feitas de maneira rápida e eficaz. Para um professor conseguir obter alguma mudança é preciso muita perseverança, dedicação e muito amor a profissão e aos alunos.
Muitas vezes nós como professores vamos ter que lecionar em uma sala de aula com pessoas diferentes umas das outras, e o que temos que fazer é aproximar os alunos, unir as culturas e juntar o que cada aluno tem de melhor para oferecer para si e para o outro.
Cada professor pode sim fazer a diferença dentro da sua sala de aula, desde que tenha escuta pedagógica, projetos que incentivem seus alunos a estarem na escola, aula dinâmicas e interessantes, enfim, muitas são as formas de educar nossos alunos de maneira significativa para eles, as adversidades são muitas, mas com vontade  e perseverança, a educação muda para melhor.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

SEMINÁRIO-CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁRICA-PROFª RAQUEL USEVICIUS RAHN

Matemática

Ler, escrever e compreender a matemática, ao invés de tropeçar nos símbolos.

As experiências do aluno em relação à matemática podem parecer, negatividade em relação à mesma, ou ainda na minoria dos casos positividade onde o verdadeiro sentido de aprender matemática foi transmitido de forma significativa.
A matemática tem que ser trabalhada de forma vinculada a realidade do cotidiano do aluno porque faz parte da vida de todo ser humano independente de cultura, etnia ou condição social. Ela não pode ser utilizada como instrumento discriminatório, mas sim como linguagem universal, que evidencia sua importância na nossa comunicação e para que possamos compreender o mundo em que vivemos. A matemática possui códigos e linguagens e um sistema de representação construído ao longo de sua história, e está presente em grande parte das áreas do conhecimento. Apesar de toda esta interdisciplinaridade ela é ensinada na escola de forma difícil e fracassada.
Muitos alunos abandonam a escola, e outros quando chegam a um nível superior de ensino, muitas vezes não sabem os conteúdos elementares de matemática. Para compreender matemática é preciso fazer uma leitura de mundo, e o professor precisa ajudar seu aluno nesta leitura servindo como agente deste processo, buscando o verdadeiro significado presente no cotidiano reconhecendo as expectativas e habilidades de seus alunos ajudando-os a reconhecê-las e ampliando-as para que o mesmo possa superar dificuldades de aprendizagem.
A matemática não pode ter uma concepção apenas dedutiva, mas precisa agir como um processo de construção de conhecimentos que valorize seus conceitos e seja entendida como linguagem. Ela tem que ser aprendida e praticada em diferentes contextos para que a criança utilize a linguagem simbólica e desenvolva as noções matemáticas através de uma linguagem natural e não somente através de códigos e escritos, mas em suas diferentes expressões: oral, escrita e visual.
A disciplina deve ser ensinada de modo que seja significativa para os alunos, e para isso é necessário que os profissionais da educação tenham clareza de fazer relações com a realidade da criança com a matemática, ou seja, que as informações teóricas possam ser aplicadas no cotidiano dos alunos de forma prática e prazerosa.
Quando a criança chega na escola, ela não sabe ler e escrever, apenas falar. Nesse contexto, a criança se depara com os símbolos matemáticos e não consegue fazer uma compreensão completa, pois é apresentado à ela linguagem simbólica da matemática, não oportunizando ao aluno que desenvolva uma linguagem natural da mesma.
A linguagem natural são formas descritivas que substituem alguns termos da matemática evidenciada pela complexidade dos símbolos. É importante salientar que os problemas de aprendizagem de matemática como meio de comunicação não são os mesmo da aprendizagem da língua materna, ou seja, quando a criança começa a aprender a falar, pois a matemática não se adquire de maneira natural, ela não é utilizada constantemente e precisa ser apreendida e aplicada em diversos contextos e situações.
Os alunos em geral tem muita dificuldade de representar e entender os símbolos matemáticos, estejam estes alunos cursando o ensino das séries iniciais ou das séries finais. Especialistas, professores e alunos concordam que o momento mais crítico de dificuldade de aprendizagem é quando as letras começam a aparecer e/ou substituir os números.
Quando o simbolismo álgebro se insere no ensino da matemática, há um desconforto geral entre os educandos, e nesse contexto, muitas dúvidas aparecem.
Se por um lado a álgebra se apresenta como um simplificador e facilitador de tarefas matemáticas, por outro, o simbolismo é difícil de ser compreendido, assimilado e de ser utilizado.
É possível observar que a forma álgebra tem seguido o conteúdo algébrico, e o uso de letras na matemática tem evoluído desde a não-utilização de letras para o uso de palavras, chegando ao uso abreviado de palavras e uso de letras simbolizando incógnitas e constantes.
A linguagem álgebra tem especificidades tanto na aritmética quanto na linguagem natural, e pode identificar pelo seu próprio código, e dessa forma se tornar compreensível. A álgebra não se constitui apenas de conteúdos, nela estão contidos também os métodos, as notações e o simbolismo algébrico que estão ligados ao conteúdo.
Para o sucesso de aprendizagem e que ela tenha significado real para os alunos, faz-se necessário que o professor tenha um conhecimento prévio do que os alunos já trazem de conhecimentos de anos anteriores ou mesmo de seu cotidiano, e que faça relações concretas dos conteúdos que serão trabalhados.
Os profissionais da educação não devem apenas se concentrar em corrigir cálculos e constatar resultados incorretos, mas sim preocupar-se em analisar estratégias de solução de problemas, bem como tentar fazer de maneira satisfatória, que o aluno realmente entenda o que está sendo trabalhado e o que isso significa para sua vida.
A matemática não pode mais ser trabalha de forma mecanicista, dando importância à memorização. Obviamente que os conteúdos precisam ser devidamente trabalhados em sala de aula, mas é indispensável que o professor tenha como princípio básico uma matemática significativa para a vida dos alunos, de forma que eles aprendam e assimilem corretamente os novos conhecimentos.
Na prática pedagógica, faz-se necessário que os professores tenham como objetivo básico que sejam trabalhados as diferentes expressões da linguagem de desenvolvimento dos conceitos, noções e pensamento do educando. A matemática, só terá significado para o aluno se a língua materna for utilizada de maneira certa, já que a informação matemática chega, na maioria dos casos, pela linguagem oral ou gráfica.
A aprendizagem da matemática com sentido, e não apenas decorada e/ou memorizada, entra na vida do aluno de forma que ele não esqueça mais o que aprendeu. Quando o educando consegue fazer relações da matemática aprendida na escola com o que observa em sua vida, no seu cotidiano, ela se torna significativa, e assim o processo de aprendizagem se dá de forma natural e espontâneo, resultando em alunos com mais vontade e prazer de freqüentar as aulas de matemática.
Leitura e Escrita na matemática
A matemática tem que ser realmente entendida no que se refere ao seu conteúdo ou a sua linguagem. Ela não pode ser vista como algo que não se pode decifrar e gerar medo e insegurança. Atualmente se reconhece a importância da matemática para uma leitura de mundo e para uma melhor compreensão de desenvolvimentos tecnológicos e obtenção de sucesso nos sistemas educacionais.
No entanto apesar da matemática ser tão importante na vida de todos os indivíduos, ela é considerada uma disciplina de difícil entendimento, e os símbolos que aparecem em sua linguagem impede muitas pessoas de compreenderam o conteúdo escrito. Neste sentido duas soluções podem ser apresentadas; Primeiro: Explicar e escrever em linguagem usual os resultados matemáticos; Segundo: Ajudar as pessoas a dominarem as ferramentas da leitura, ou seja: a compreenderem o significado dos símbolos, sinais e notações. Porém, esta leitura não deve ser mecânica ou memorizada, mas que sirva para compreender o que está sendo expresso pela linguagem e construir a partir dessa compreensão práticas e apropriações da realidade. Mas, para compreenderem-se cada um desses aspectos da realidade é preciso que se tenha uma intencionalidade. Ou seja, para compreender a realidade que a matemática introduz, é preciso que aja uma intenção especial.
Atualmente existem três tipos de diferentes tendências dentro da matemática conduzidas pelas correntes filosóficas: O Logicismo, o Intuicismo e o Formalismo, que são resultados de contradições teóricas verificadas ao longo do tempo, das divergências de opiniões a respeito do que é matemática, qual seu objeto de estudo, qual o peso da intuição e qual o procedimento ideal para a construção de tal conhecimento. Apesar disso, o resultado dos pensamentos matemáticos tem dado excelentes contribuições à sociedade destacando-se a utilidade para as outras ciências e para o desenvolvimento tecnológico.
O conhecimento matemático deve contribuir para que o indivíduo tenha uma melhor compreensão da sua realidade. Interagindo com as formas específicas de cada ciência, para proceder à análise de seu mundo, ele torna-se cada vez mais um pesquisador e um cientista.
“O conhecimento não existe para si, mas para a prática dos homens”. (Kopnin, 1978, p. 309).
Portanto, o ensino da matemática deve criar condições para que o sujeito reconheça sua capacidade de construir conhecimento e proceder continuamente como pesquisador.



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

EJA - PROFª. GILDA GLAUCE M. ALVES

CENTRO UNIVERSITARIO METODISTA DO IPA.

CURSO DE PEDAGOGIA.


O PERFIL DO ALUNO DA EJA



Há muitas dificuldades por parte dos educadores da EJA em lidar com as diferentes faixas etárias em uma mesma sala de aula. Isto constitui uma dificuldade maior do professor em atender todos os alunos em um mesmo espaço e tempo.


O que se tem visto nas salas de aulas da EJA, é o empenho e dedicação maior por parte dos adultos trabalhadores que tentam resgatar o tempo em que não foi lhes dado oportunidade de estudar. Em contrapartida disso, os jovens vem se mostrando com falta de envolvimento e dedicação, onde estão incluídas conversas, falta de atenção e tarefas não cumpridas dentre outras dificuldades.

A EJA se diferencia atualmente não apenas por faixa etária, mas a uma questão de especificidade sócio-histórico-cultural. A educação brasileira enfatiza os valores de justiça social, a democracia e a pluralidade fundados na crença e na capacidade de cada individuo de ler e interpretar o mundo.

Conforme o Censo de 2000, a EJA é formada por 79% dos jovens. Estes jovens procuram redução de tempo escolar e obtenção do certificado escolar para assim obterem oportunidade de empregos.

Os jovens estudantes da EJA não podem serem visto como um adolescente universal, aquele com características próprias da idade, mas sim como uma pessoa cuja existência sofreu exclusão e discriminação de seu grupos de mesma idade e do sistema regular de ensino.

O jovem que freqüenta a EJA está inserido num mundo de adultos com valores diferentes dos seus. Enquanto a prioridade do adulto está em sua grande maioria em se manter ou se inserir mo mercado para sobreviver, o jovem é “cobrado” pela sociedade em ter o estudo para seguir uma profissão, para assim ter uma condição social privilegiada.

Os jovens se deparam com uma série de conflitos e contradições próprias da idade, mas os alunos da EJA ficam subordinados a realidade que o sistema impõe. Eles então acabam não achando significado nos conteúdos estabelecidos, e por isso não interagem com os grupos dos quais sentem-se excluídos.

A escola é um espaço social privilegiado para a formação social do ser humano. A instituição escolar deve levar em consideração as necessidades e características de cada aluno, levando em consideração que os seres humanos são diferentes no seu lado motor, cognitivo, afetivo e social.

A escola é o ambiente que proporciona aprendizagens e possibilita o convívio social. As pessoas que por inúmeros motivos não passam pela escola, sentem-se excluídas e rejeitadas pela sociedade, pois a função da escola é de não apenas ser certificadora, mas sim também tem a função de valorizar e formar cidadãos em sua totalidade.

O ser humano está em constante desenvolvimento e deve-se levar em consideração no ambiente escolar, o seu lado biológico e social, valorizando todo o seu processo de crescimento.

É preciso que se assuma a EJA como uma oportunidade de instrução, valorizando a formação digna de sujeito-cidadão-profissional, havendo sempre atividades humanas que integrem todos os alunos, além da valorização e clareza de que todas pessoas estão em constante processo de desenvolvimento.

Nas salas de aula da EJA são encontrados alunos de várias faixas etárias, este é um ponto negativo apontado por alguns profissionais da educação. Porém o misto de alunos jovens com adultos e idosos em uma só sala de aula pode ser positivo e enriquecedor.

As atividades propostas para os alunos da EJA que apresentam diversas idades, devem ser planejadas de forma integrada, ou seja, deve-se respeitar a maneira de pensar, agir e sentir do colega, seja ele mais jovem ou mais experiente.

Os alunos devem ajudar uns aos outros, de forma que o bom senso e o respeito e valorização do outro seja uma rotina em sala de aula. Os alunos mais velhos devem interagir e contribuir nas aulas com suas experiências de vida, assim como os mais jovens devem estar presentes com suas expectativas e espontaneidades dentro da sala de aula.

A escola deve tratar a turma como um grupo e propor atividades de integração para que assim a construção do respeito, da harmonia, da socialização e da dedicação aos estudos seja uma meta a ser seguida pelos discentes.

O aluno é único, e deve ser tratado e valorizado como indivíduo que está em constante processo de aprendizagem e crescimento intelectual, ao mesmo tempo em que a turma, seja ela mista ou não, deve ser tratada e também valorizada como um grupo de pessoas que independente de suas historias de vida, ou de suas idades, estão lutando de alguma forma pelos seus ideais.

SEMINÁRIO-CIÊNCIAS SOCIAS II E EJA - PROFª. GILDA GLAUCE M. ALVES

CENTRO UNIVERSITARIO METODISTA DO IPA.

CURSO DE PEDAGOGIA.
Profª. Gilda Glauce
Aluna: Eliane Maricato e Marina Maricato




Trabalho elaborado a partir de leitura e analise e reflexão do livro de “ LER E ESCREVER : COMPROMISSO DE TODAS AS ÁREAS”


O maior desafio do momento, no ensino da geografia, é aguçar a capacidade de educadores e alunos para entender a mudança da concepção da geografia, da forma tradicional para novos enfoques, novas perspectivas, novo jeito de ensinar e aprender. Desde muito tempo até os dias de hoje, encontra-se nas escolas métodos tradicionais de ensinar a geografia, que apenas repassam informações de maneira tecnicista e sem ligação com a realidade dos alunos.
“ Aprender a aprender” é uma necessidade de todos. Mas, aprender com prazer, aprender para a liberdade, precisa contar com a intervenção pedagógica, onde se destacam o papel da escola e o papel do professor, como mediadores dessas aprendizagens e desses conhecimentos.
É preciso que os educadores liguem os fatos da geografia dos livros didáticos com a vida real dos alunos, ou seja, incentivar os alunos a fazerem relações sobre o que estão aprendendo com o que vivem cotidianamente.
Os alunos que estão na escola buscam algo que lhes dê significado e que não apenas lhe sejam transmitidos conhecimentos para que seja decorado de maneira sem sentido.
A educação de Jovens e Adultos – EJA deve também tratar de ensinar seus alunos que não tiveram oportunidade de estudar em idade escolar, a pensarem de forma crítica e fazendo-lhes referência com a realidade e o meio em que vivem.
Os alunos da EJA estudam e querem crescimento profissional e/ou pessoal, e por isso merecem receber um ensino de qualidade que lhes proporcione interesse e motivação em continuar freqüentando às aulas, já que os empecilhos são inúmeros para que os alunos do EJA estejam presentes na sala de aula.
Os professores de geografia tradicionais se preocupam apenas em descrever espaços físicos e repassarem aos alunos estudos sem sentido e significado, onde as informações abstratas se apresentam distantes da realidade edos alunos e de suas possibilidades de aprendizagem. Muitas vezes os professores não usam didáticas diferenciadas em suas aulas, ficando sempre na mesmice de ler livros e identificar lugares nos mapas deixando os alunos sem nenhum estimulo de freqüentar as aulas e/ou estudar.
Os professores não devem apenas se preocupar em dar matéria e vencer o conteúdo, mas sim em ensinar algo significativo aos alunos, ajudando-os a compreender o que está sendo ensinado através de situações que os façam refletir sobre sua realidade, sobre o que está acontecendo ao seu redor.
Buscar várias fontes instigadoras, como textos escritos, música, charge e discuti-las de forma problematizadora irá representar desafios reflexivos para o estudo de um tema que acompanhe textos de geografia.
A multiplicidade de fontes, entre as quais incluem inovações tecnológicas vinculadas a informação da sociedade, instigam a curiosidade e a criatividade e estabelecem a autonomia do pensar e do fazer.
Os alunos, estejam eles cursando a escola em idade escolar, ou EJA devem problematizar acontecimentos e fatos, e saber se posições em que exigem conhecimentos básicos de geografia, e isso só será possível se o aluno aprender em sala de aula, e não apenas decorar a matéria dada.
A geografia tem na leitura e na escrita seus recursos primordiais de trabalho.
O espaço geográfico tem uma interação permanente e dinâmica entre a natureza e as ações humanas no seu fazer social. Abrange uma ampla gama de situações, é um foco importante para a compreensão do mundo e de conceitos geográficos.


O conceito de paisagem é um recurso que permite desenvolver uma série de capacidades: a observação, o registro, a análise, a comparação e a representação que em geografia tem seu lugar específico.
O professor tem que ser leitor para promover um aluno leitor, esteja ele em idade escolar ou não, e para que seu conhecimento firme o compromisso que lhe é exigido como profissional de uma área específica do currículo e de seu compromisso como educador.
O aluno deve ser orientado pelo educador a agir de forma autônoma, a levantar suposições e hipóteses a partir do que é observado, investigando para obter respostas as hipóteses que formulou.
Ao professor cabe a aproximação dos colegas de trabalho, para obter um caminho interdisciplinar de abordagem temática que terão resultados mais amplos e significativos para os estudos transversais a partir da leitura da paisagem.
A prática e a iniciativa de cada um, e os recursos da escola, irão definir o projeto comum.

Saindo à campo, muitas são as possibilidades de cruzamento disciplinar, (literatura, história, geografia etc.). Na leitura da paisagem o trabalho de campo é uma prática importante para a aprendizagem, pois esta leitura permite que se possa construir o conhecimento a partir da realidade observada, analisada e contextualizada no tempo e no espaço. É, sobretudo, uma vivência capaz de oportunizar o confronto concreto e simultâneo da teoria e da prática.
Não se pode realizar a leitura da paisagem de forma descritiva e repetitiva, mas observar e descrever organizando idéias através de diversas linguagens: pela verbalização, dramatização, relatório escrito, textos, desenhos e mapas, sempre sustentando a reflexão como caminho para a investigação, para a opinião.




A colocação de problemas que surgem pela leitura do lugar através de trabalho de campo, da sensibilização com músicas e imagens, da elaboração de mapas mentais ou cognitivos, pode-se realizar experiências de aprendizagens significativas para os alunos. Mas, o preparo do trabalho de campo exige um esforço extra e desafios para o professor e a escola, planejamento e sensibilização das famílias, providências de materiais e contatos, por isso esta ação tem que ser conjunta entre escola e a comunidade.
A representação espacial da informação sobre lugares (a cartografia), está invariavelmente vincula a aula de geografia. Ela expressa conhecimentos e estuda situações sempre enfatizando a idéia de organização de espaço. Por esta razão, a leitura cartográfica é instrumento básico em geografia, para compreender a espacialização dos fenômenos e para representá-los espacialmente.
O educador precisa ensinar aos alunos a leitura de mapas para prepará-los a entender o verdadeiro significado do processo de educação cartográfica, para que os mesmos não saiam despreparados em relação a eles.

Muitos educandos desconhecem o significado dos símbolos e a função das legendas, não conseguem entender a proporcionalidade das escalas e as deformações decorrentes do uso da projeção cartográfica. Isso decorre da prática do professor de geografia em sala de aula, que utiliza o mapa somente como localização de fenômenos.
A interdisciplinaridade deve estar cada vez mais presente nas aulas de aula, pois assim os alunos ligarão o que entenderam de uma determinada aula e ligarão com outra, havendo assim debates, análises e conclusões da matéria.
Paulo Freire já dizia que é preciso haver diálogo entre nós professores e alunos, pois assim há trocas de conhecimentos e os alunos expõem suas idéias e pensamentos não só apenas da matéria dada em aula, mas de suas visões de mundo.

A leitura do texto escrito é a etapa fundamental para outras etapas da vida escolar. Expressar idéias, ouvir, julgar, opinar, implica criar intimidade com o livro e cria hábitos de leitura, como cita a seguir ( Scliar – Cabral. 1994, p. 14). “ Qualquer livro didático, deve desenvolver o gosto pela leitura, desenvolver capacidades do leitor como um todo: lúdicas, estéticas, éticas e afetivas”. Mas, o que se vê na prática escolar da leitura de textos, são cópias e repetições. Mas, a geografia pode ser estudada em vários conceitos importantes do cotidiano: família, bairro, país... são ferramentas básicas para a leitura da realidade, num sentido amplo.



É indispensável para o aprendizado da leitura, levar em consideração os conhecimentos prévios do aluno, pois isso ajudará no processo da leitura em geografia que irá proporcionar novas formas de pensar, de questionar, de aprendizagens importantes e significativas e na compreensão de conceitos e adoção de atitudes e de valores.

Ler e escrever o mundo atual vai além do domínio da palavra escrita. Em geografia, é importante estimular a leitura em novos documentos e competência para a identidade e a intimidade com os recursos tecnológicos em expansão. Tal treinamento requer atenção e enorme esforço por parte do professor e do aluno. Mas, principalmente no procedimento escolar do professor que serão adequados ou inadequados na formação do aluno como sujeito social, que construirá sua identidade através da adoção de valores que se concretizam em atitudes de participação social.
Através da geografia o aluno pode e deve entender melhor o mundo, o seu pais, a cidade em que mora, o bairro em que vive, a sua rua, enfim, o aluno descobre o seu lugar no mundo. O aluno deve entender o lugar que vive, para após fazer relações com o que está sendo aprendido nas aulas. Os professores devem propor aulas dinâmicas, fora da sala de aula. Atividades numa praça, num parque, na beira de um rio são ricas e cheias de informações, além de proporcionar aos alunos uma aula diferenciada, os professores poderão demonstrar os conteúdos de maneira que os discentes entendam o conteúdo.

É preciso cada vez mais que os professores incentivem seus alunos a fazer relações entre o mundo e a sociedade com o que é lido em livros e visto na escola. Isso é alfabetizar geograficamente, ou seja, o aluno deve relacionar a geografia que está exposta nos livros com a sua vida cotidiana, e que saiba ler o mundo de maneira que possa situar-se e posicionar-se de forma crítica.
Os alunos em idade escolar que freqüentam as escolas, ou os alunos do EJA, que foi inserido no nosso meio para atender as pessoas que não puderam ou não tiveram acesso por inúmeros e variados motivos em idade escolar, tem o direito de crescer como ser humano crítico e adequados ao local em que vivem. Os alunos, sejam eles da escola convencional ou do EJA, devem saber localizar-se e orientar-se com os estudos que obtiveram na geografia, de forma que este estudo esteja ligado a realidade de cada aluno.
Os alunos do EJA devem ser respeitados e incentivados a permanecerem nas aulas. Independente do aluno do EJA ser um jovem de 18 anos ou um senhor de 70, ambos têm o mesmo direito de aprender e de adquirir novos conhecimentos significativos sobre a geografia de outra disciplina, de maneira dinâmica e real, pois o EJA tem como base o caráter incompleto do ser humano, ela é um pedido para uma educação que seja significativa e permanente, para uma sociedade educada e igualitária, onde a igualdade e diversidade seja respeitada por todos.