segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O PERFIL DO EDUCADOR (A) DA EJA

A EJA foi construída um pouco as margens da educação regular. As políticas públicas oficiais da educação de jovens e adultos, que incluem também a formação de educadores, são contemplados raramente com programas de formação a estes profissionais.
Conforme Parâmetros legais , a RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 1, DE 5 DE JULHO DE 2000, cita no Art. 1º: “ Esta Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos a serem obrigatoriamente observadas na oferta e na estrutura dos componentes curriculares de ensino fundamental e médio dos cursos que se desenvolvem, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias e integrantes da organização da educação nacional nos diversos sistemas de ensino, à luz do caráter próprio desta modalidade de educação.”
Há debates, reuniões de professores, seminários, fóruns e encontros onde se discute direitos de jovens e adultos a um ensino significativo, assim como a formação continuada de professores da EJA. Mas na realidade muito pouco é feito para realmente atender a necessidade dessa modalidade de ensino que é representada no cenário educacional como inferior e direcionada as classes populares dilaceradas pelas desigualdades sociais e pela negação de direitos essenciais. Esses educadores tem se colocado como questão central nos debates sobre o tema de formação profissional .
Em maio de 2006 houve o Seminário Nacional Sobre a Formação de Educadores da EJA onde houve discussões e pesquisas que apontam para uma realidade que indica que são muitos raros os cursos de Pedagogia que oferecem Habilitação para a EJA. Porém, na região sul do Brasil houve um crescimento de oferta e habilitação desses profissionais.
O educador da EJA precisa de uma formação que lhe possibilite a compreensão dos sujeitos como autores de sua práxis. Isto possibilitará a ruptura de processos enraizados que suprimem a subjetividade dos educadores, ignorando suas histórias de vida. Isto não quer dizer que os professores tenham que socializar experiências vividas e que os conhecimentos adquiridos já são suficientes para um bom ensino/aprendizagem.
TARDIF (2002) considera que:
“o saber dos professores é o saber deles e está relacionado com a pessoa e a identidade deles, com a sua experiência de vida e com a sua história profissional, com as suas relações com os alunos em sala de aula e com os outros atores na escola, etc. Por isso, é necessário estudá-lo relacionando-o comesses elementos constitutivos do trabalho docente” (pág. 11).

O professor da EJA tem que estar preparado e capacitado por uma pedagogia própria para esse segmento da educação, para que assim possam trabalhar em sala de aula com um conhecimento mais claro, com questionamentos, interação, amorosidade e sem formulas prontas de tarefas a serem executadas e de conteúdos  serem aprendidos ou repassados.
A metodologia da “escuta” aos sujeitos proporciona uma compreensão de trajetória de formação do educador da EJA e de uma relação entre formação e atuação ou seja a formação continuada
No Brasil, há cerca de 190 mil professores da EJA. Aproximadamente 40 por cento desses professores não possuem formação superior e outros tantos são voluntários engajados em projetos de alfabetização no meio popular. Esses professores nos dois casos tentam suprir suas deficiências educativas com cursos de formação continuada. Mas nos vários cursos oferecidos no Brasil, uma porcentagem muito pequena oferece habilitação para o trabalho com a EJA.
“A formação do professor é um procedimento complexo de construção de um saber e uma preparação para sua adequada transmissão aos estudantes”. (Pinto, 1990).
O perfil do educador da EJA deve ser do educador com uma metodologia direcionada aos próprios interesses educacionais do aluno, que se diferencia de outros alunos de modalidades como ensino fundamental e de ensino médio. O professor da EJA trabalhando em sala de aula tem que ensinar seu aluno a fazer uma leitura de mundo de acordo com sua própria realidade e compreensão e contemplá-lo com uma educação crítica e com conhecimentos sociais e científicos que lhes possibilitarão maior compreensão e conhecimento para inserir-se no mundo da globalização, onde valores relacionados com o trabalho, o social e educacional são fatores determinantes ao alcanço do sucesso de cada individuo como ser participando e ativo na sociedade.
O professor da EJA precisa principalmente de compromisso com a educação e com o social, mas também precisa do apoio do sistema educacional e de políticas públicas que lhe permitam o aperfeiçoamento profissional para ter uma visão da educação como forma de mudar o mundo.





Referências:

BEDOYA, Maria; TEIXEIRA, Ricardo. O perfil dos Professores da Educação de Jovens e Adultos.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9394/96. Brasilia, 20 dez. 1996.
http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/2124657 acesso em 26.09.2010

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