sexta-feira, 10 de setembro de 2010

SEMINÁRIO-CIÊNCIAS SOCIAS II E EJA - PROFª. GILDA GLAUCE M. ALVES

CENTRO UNIVERSITARIO METODISTA DO IPA.

CURSO DE PEDAGOGIA.
Profª. Gilda Glauce
Aluna: Eliane Maricato e Marina Maricato




Trabalho elaborado a partir de leitura e analise e reflexão do livro de “ LER E ESCREVER : COMPROMISSO DE TODAS AS ÁREAS”


O maior desafio do momento, no ensino da geografia, é aguçar a capacidade de educadores e alunos para entender a mudança da concepção da geografia, da forma tradicional para novos enfoques, novas perspectivas, novo jeito de ensinar e aprender. Desde muito tempo até os dias de hoje, encontra-se nas escolas métodos tradicionais de ensinar a geografia, que apenas repassam informações de maneira tecnicista e sem ligação com a realidade dos alunos.
“ Aprender a aprender” é uma necessidade de todos. Mas, aprender com prazer, aprender para a liberdade, precisa contar com a intervenção pedagógica, onde se destacam o papel da escola e o papel do professor, como mediadores dessas aprendizagens e desses conhecimentos.
É preciso que os educadores liguem os fatos da geografia dos livros didáticos com a vida real dos alunos, ou seja, incentivar os alunos a fazerem relações sobre o que estão aprendendo com o que vivem cotidianamente.
Os alunos que estão na escola buscam algo que lhes dê significado e que não apenas lhe sejam transmitidos conhecimentos para que seja decorado de maneira sem sentido.
A educação de Jovens e Adultos – EJA deve também tratar de ensinar seus alunos que não tiveram oportunidade de estudar em idade escolar, a pensarem de forma crítica e fazendo-lhes referência com a realidade e o meio em que vivem.
Os alunos da EJA estudam e querem crescimento profissional e/ou pessoal, e por isso merecem receber um ensino de qualidade que lhes proporcione interesse e motivação em continuar freqüentando às aulas, já que os empecilhos são inúmeros para que os alunos do EJA estejam presentes na sala de aula.
Os professores de geografia tradicionais se preocupam apenas em descrever espaços físicos e repassarem aos alunos estudos sem sentido e significado, onde as informações abstratas se apresentam distantes da realidade edos alunos e de suas possibilidades de aprendizagem. Muitas vezes os professores não usam didáticas diferenciadas em suas aulas, ficando sempre na mesmice de ler livros e identificar lugares nos mapas deixando os alunos sem nenhum estimulo de freqüentar as aulas e/ou estudar.
Os professores não devem apenas se preocupar em dar matéria e vencer o conteúdo, mas sim em ensinar algo significativo aos alunos, ajudando-os a compreender o que está sendo ensinado através de situações que os façam refletir sobre sua realidade, sobre o que está acontecendo ao seu redor.
Buscar várias fontes instigadoras, como textos escritos, música, charge e discuti-las de forma problematizadora irá representar desafios reflexivos para o estudo de um tema que acompanhe textos de geografia.
A multiplicidade de fontes, entre as quais incluem inovações tecnológicas vinculadas a informação da sociedade, instigam a curiosidade e a criatividade e estabelecem a autonomia do pensar e do fazer.
Os alunos, estejam eles cursando a escola em idade escolar, ou EJA devem problematizar acontecimentos e fatos, e saber se posições em que exigem conhecimentos básicos de geografia, e isso só será possível se o aluno aprender em sala de aula, e não apenas decorar a matéria dada.
A geografia tem na leitura e na escrita seus recursos primordiais de trabalho.
O espaço geográfico tem uma interação permanente e dinâmica entre a natureza e as ações humanas no seu fazer social. Abrange uma ampla gama de situações, é um foco importante para a compreensão do mundo e de conceitos geográficos.


O conceito de paisagem é um recurso que permite desenvolver uma série de capacidades: a observação, o registro, a análise, a comparação e a representação que em geografia tem seu lugar específico.
O professor tem que ser leitor para promover um aluno leitor, esteja ele em idade escolar ou não, e para que seu conhecimento firme o compromisso que lhe é exigido como profissional de uma área específica do currículo e de seu compromisso como educador.
O aluno deve ser orientado pelo educador a agir de forma autônoma, a levantar suposições e hipóteses a partir do que é observado, investigando para obter respostas as hipóteses que formulou.
Ao professor cabe a aproximação dos colegas de trabalho, para obter um caminho interdisciplinar de abordagem temática que terão resultados mais amplos e significativos para os estudos transversais a partir da leitura da paisagem.
A prática e a iniciativa de cada um, e os recursos da escola, irão definir o projeto comum.

Saindo à campo, muitas são as possibilidades de cruzamento disciplinar, (literatura, história, geografia etc.). Na leitura da paisagem o trabalho de campo é uma prática importante para a aprendizagem, pois esta leitura permite que se possa construir o conhecimento a partir da realidade observada, analisada e contextualizada no tempo e no espaço. É, sobretudo, uma vivência capaz de oportunizar o confronto concreto e simultâneo da teoria e da prática.
Não se pode realizar a leitura da paisagem de forma descritiva e repetitiva, mas observar e descrever organizando idéias através de diversas linguagens: pela verbalização, dramatização, relatório escrito, textos, desenhos e mapas, sempre sustentando a reflexão como caminho para a investigação, para a opinião.




A colocação de problemas que surgem pela leitura do lugar através de trabalho de campo, da sensibilização com músicas e imagens, da elaboração de mapas mentais ou cognitivos, pode-se realizar experiências de aprendizagens significativas para os alunos. Mas, o preparo do trabalho de campo exige um esforço extra e desafios para o professor e a escola, planejamento e sensibilização das famílias, providências de materiais e contatos, por isso esta ação tem que ser conjunta entre escola e a comunidade.
A representação espacial da informação sobre lugares (a cartografia), está invariavelmente vincula a aula de geografia. Ela expressa conhecimentos e estuda situações sempre enfatizando a idéia de organização de espaço. Por esta razão, a leitura cartográfica é instrumento básico em geografia, para compreender a espacialização dos fenômenos e para representá-los espacialmente.
O educador precisa ensinar aos alunos a leitura de mapas para prepará-los a entender o verdadeiro significado do processo de educação cartográfica, para que os mesmos não saiam despreparados em relação a eles.

Muitos educandos desconhecem o significado dos símbolos e a função das legendas, não conseguem entender a proporcionalidade das escalas e as deformações decorrentes do uso da projeção cartográfica. Isso decorre da prática do professor de geografia em sala de aula, que utiliza o mapa somente como localização de fenômenos.
A interdisciplinaridade deve estar cada vez mais presente nas aulas de aula, pois assim os alunos ligarão o que entenderam de uma determinada aula e ligarão com outra, havendo assim debates, análises e conclusões da matéria.
Paulo Freire já dizia que é preciso haver diálogo entre nós professores e alunos, pois assim há trocas de conhecimentos e os alunos expõem suas idéias e pensamentos não só apenas da matéria dada em aula, mas de suas visões de mundo.

A leitura do texto escrito é a etapa fundamental para outras etapas da vida escolar. Expressar idéias, ouvir, julgar, opinar, implica criar intimidade com o livro e cria hábitos de leitura, como cita a seguir ( Scliar – Cabral. 1994, p. 14). “ Qualquer livro didático, deve desenvolver o gosto pela leitura, desenvolver capacidades do leitor como um todo: lúdicas, estéticas, éticas e afetivas”. Mas, o que se vê na prática escolar da leitura de textos, são cópias e repetições. Mas, a geografia pode ser estudada em vários conceitos importantes do cotidiano: família, bairro, país... são ferramentas básicas para a leitura da realidade, num sentido amplo.



É indispensável para o aprendizado da leitura, levar em consideração os conhecimentos prévios do aluno, pois isso ajudará no processo da leitura em geografia que irá proporcionar novas formas de pensar, de questionar, de aprendizagens importantes e significativas e na compreensão de conceitos e adoção de atitudes e de valores.

Ler e escrever o mundo atual vai além do domínio da palavra escrita. Em geografia, é importante estimular a leitura em novos documentos e competência para a identidade e a intimidade com os recursos tecnológicos em expansão. Tal treinamento requer atenção e enorme esforço por parte do professor e do aluno. Mas, principalmente no procedimento escolar do professor que serão adequados ou inadequados na formação do aluno como sujeito social, que construirá sua identidade através da adoção de valores que se concretizam em atitudes de participação social.
Através da geografia o aluno pode e deve entender melhor o mundo, o seu pais, a cidade em que mora, o bairro em que vive, a sua rua, enfim, o aluno descobre o seu lugar no mundo. O aluno deve entender o lugar que vive, para após fazer relações com o que está sendo aprendido nas aulas. Os professores devem propor aulas dinâmicas, fora da sala de aula. Atividades numa praça, num parque, na beira de um rio são ricas e cheias de informações, além de proporcionar aos alunos uma aula diferenciada, os professores poderão demonstrar os conteúdos de maneira que os discentes entendam o conteúdo.

É preciso cada vez mais que os professores incentivem seus alunos a fazer relações entre o mundo e a sociedade com o que é lido em livros e visto na escola. Isso é alfabetizar geograficamente, ou seja, o aluno deve relacionar a geografia que está exposta nos livros com a sua vida cotidiana, e que saiba ler o mundo de maneira que possa situar-se e posicionar-se de forma crítica.
Os alunos em idade escolar que freqüentam as escolas, ou os alunos do EJA, que foi inserido no nosso meio para atender as pessoas que não puderam ou não tiveram acesso por inúmeros e variados motivos em idade escolar, tem o direito de crescer como ser humano crítico e adequados ao local em que vivem. Os alunos, sejam eles da escola convencional ou do EJA, devem saber localizar-se e orientar-se com os estudos que obtiveram na geografia, de forma que este estudo esteja ligado a realidade de cada aluno.
Os alunos do EJA devem ser respeitados e incentivados a permanecerem nas aulas. Independente do aluno do EJA ser um jovem de 18 anos ou um senhor de 70, ambos têm o mesmo direito de aprender e de adquirir novos conhecimentos significativos sobre a geografia de outra disciplina, de maneira dinâmica e real, pois o EJA tem como base o caráter incompleto do ser humano, ela é um pedido para uma educação que seja significativa e permanente, para uma sociedade educada e igualitária, onde a igualdade e diversidade seja respeitada por todos.

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