sexta-feira, 10 de setembro de 2010

EJA - PROFª. GILDA GLAUCE M. ALVES

CENTRO UNIVERSITARIO METODISTA DO IPA.

CURSO DE PEDAGOGIA.


O PERFIL DO ALUNO DA EJA



Há muitas dificuldades por parte dos educadores da EJA em lidar com as diferentes faixas etárias em uma mesma sala de aula. Isto constitui uma dificuldade maior do professor em atender todos os alunos em um mesmo espaço e tempo.


O que se tem visto nas salas de aulas da EJA, é o empenho e dedicação maior por parte dos adultos trabalhadores que tentam resgatar o tempo em que não foi lhes dado oportunidade de estudar. Em contrapartida disso, os jovens vem se mostrando com falta de envolvimento e dedicação, onde estão incluídas conversas, falta de atenção e tarefas não cumpridas dentre outras dificuldades.

A EJA se diferencia atualmente não apenas por faixa etária, mas a uma questão de especificidade sócio-histórico-cultural. A educação brasileira enfatiza os valores de justiça social, a democracia e a pluralidade fundados na crença e na capacidade de cada individuo de ler e interpretar o mundo.

Conforme o Censo de 2000, a EJA é formada por 79% dos jovens. Estes jovens procuram redução de tempo escolar e obtenção do certificado escolar para assim obterem oportunidade de empregos.

Os jovens estudantes da EJA não podem serem visto como um adolescente universal, aquele com características próprias da idade, mas sim como uma pessoa cuja existência sofreu exclusão e discriminação de seu grupos de mesma idade e do sistema regular de ensino.

O jovem que freqüenta a EJA está inserido num mundo de adultos com valores diferentes dos seus. Enquanto a prioridade do adulto está em sua grande maioria em se manter ou se inserir mo mercado para sobreviver, o jovem é “cobrado” pela sociedade em ter o estudo para seguir uma profissão, para assim ter uma condição social privilegiada.

Os jovens se deparam com uma série de conflitos e contradições próprias da idade, mas os alunos da EJA ficam subordinados a realidade que o sistema impõe. Eles então acabam não achando significado nos conteúdos estabelecidos, e por isso não interagem com os grupos dos quais sentem-se excluídos.

A escola é um espaço social privilegiado para a formação social do ser humano. A instituição escolar deve levar em consideração as necessidades e características de cada aluno, levando em consideração que os seres humanos são diferentes no seu lado motor, cognitivo, afetivo e social.

A escola é o ambiente que proporciona aprendizagens e possibilita o convívio social. As pessoas que por inúmeros motivos não passam pela escola, sentem-se excluídas e rejeitadas pela sociedade, pois a função da escola é de não apenas ser certificadora, mas sim também tem a função de valorizar e formar cidadãos em sua totalidade.

O ser humano está em constante desenvolvimento e deve-se levar em consideração no ambiente escolar, o seu lado biológico e social, valorizando todo o seu processo de crescimento.

É preciso que se assuma a EJA como uma oportunidade de instrução, valorizando a formação digna de sujeito-cidadão-profissional, havendo sempre atividades humanas que integrem todos os alunos, além da valorização e clareza de que todas pessoas estão em constante processo de desenvolvimento.

Nas salas de aula da EJA são encontrados alunos de várias faixas etárias, este é um ponto negativo apontado por alguns profissionais da educação. Porém o misto de alunos jovens com adultos e idosos em uma só sala de aula pode ser positivo e enriquecedor.

As atividades propostas para os alunos da EJA que apresentam diversas idades, devem ser planejadas de forma integrada, ou seja, deve-se respeitar a maneira de pensar, agir e sentir do colega, seja ele mais jovem ou mais experiente.

Os alunos devem ajudar uns aos outros, de forma que o bom senso e o respeito e valorização do outro seja uma rotina em sala de aula. Os alunos mais velhos devem interagir e contribuir nas aulas com suas experiências de vida, assim como os mais jovens devem estar presentes com suas expectativas e espontaneidades dentro da sala de aula.

A escola deve tratar a turma como um grupo e propor atividades de integração para que assim a construção do respeito, da harmonia, da socialização e da dedicação aos estudos seja uma meta a ser seguida pelos discentes.

O aluno é único, e deve ser tratado e valorizado como indivíduo que está em constante processo de aprendizagem e crescimento intelectual, ao mesmo tempo em que a turma, seja ela mista ou não, deve ser tratada e também valorizada como um grupo de pessoas que independente de suas historias de vida, ou de suas idades, estão lutando de alguma forma pelos seus ideais.

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